Você sabe como os plásticos são classificados e quais podem ser reciclados?
Antes de nos aprofundarmos na questão de tipos de plástico, como classificar e sobre a reciclagem, vamos entender um pouco de como surgiu esse material.
Boa leitura!
Um pouco de história
O mundo não seria o mesmo sem as inovações do plástico, que veio para substituir alguns materiais que já estavam escassos na natureza ou que impossibilitavam a produção industrial em larga escala. Logo se mostrou um produto indispensável para a evolução de qualquer segmento.
Antes de ser inventado, o plástico já existia na natureza, que são as resinas produzidas por algumas árvores desde a antiguidade.
O plástico como conhecemos hoje começou a ser moldado em meados de 1839, com o americano Charles Goodyear, que criou o processo de vulcanização da borracha, dando ao material mais resistência em relação às mudanças de temperatura. Em 1862, o inglês Alexandre Parkes, apresentou a parkesiana, uma resina com origem da celulose, era um material flexível e impermeável à água. Sua principal característica era que, ao ser aquecida era possível moldar, e sua forma se mantinha após o esfriamento. Infelizmente, devido ao alto custo de produção, não houve interesse por parte dos investidores.
Anos depois, em 1870, o americano John Wesley Hyatt produziu a celuloide a partir da celulose das plantas, que veio para substituir o marfim das bolas de bilhar. Com a popularização do esporte, o marfim se tornou escasso e ameaçava os elefantes. No ano de 1905 o engenheiro têxtil suíço Jacques Brandenberger inventou o celofane, a partir da celulose, sua ideia foi criar uma película capaz de proteger as toalhas de mesa.
Em meados de 1907, começa a era dos plásticos modernos, com a criação do primeiro plástico sintético e em escala comercial, o baquelite. Foi um projeto idealizado pelo químico belga (naturalizado americano), Leo Baekeland. Nesse momento o plástico era produzido a partir do petróleo, carvão e gás natural, um material rígido e resistente ao calor após ser moldado.
A partir da década de 20, a chave para o sucesso desse novo processo foi a polimerização, que através de várias reações químicas, juntam moléculas menores em uma maior, dando a material mais durabilidade e resistência.
A partir desse momento, vários plásticos ou polímeros foram criados pelas empresas, como: neoprene, EPS (Isopor®), PVC (vinil), poliuretano, PA (poliamida –náilon), PET, PTFE (teflon®), silicone, PP (polipropileno) e PE (polietileno). Foi apenas questão de tempo para o plástico obter o destaque que possui atualmente, a produção do material passou de 1.5 milhão de toneladas em 1950 para 359 milhões de toneladas em 2018.
Classificação dos plásticos
Basicamente os tipos de plásticos se diferenciam pela extensão e estrutura dos polímeros e a usabilidade. Eles servem de matéria-prima para a fabricação de vários produtos presentes em nosso dia a dia, como brinquedos, peças de computadores, utensílios de cozinha, entre outros.
Eles são divididos em dois grupos, os termoplásticos e os termorrígidos. A principal característica dos plásticos sintéticos que fazem parte do grupo de termoplásticos, é a sua capacidade de não perder as propriedades químicas ao ser aquecido, com isso, ele pode ser moldado em outros formatos, e assim sendo o termoplástico é potencialmente reciclável. Os termoplásticos correspondem a 80% dos plásticos utilizados, são eles:
- PET: poli (tereftalato de etileno)
- PEAD: polietileno de alta densidade
- PVC
- PEBD ou PELBD
- PP: polipropileno
- PS: poliestireno
- PLA: poli (ácido lático)
Já os termorrígidos, termofixos ou termoendurecidos são plásticos que em altas temperaturas se decompõem, muitas vezes inviabilizando sua reciclagem. Sua representatividade no consumo é de 20%, que são:
- PU: poliuretano
- EVA: acetato-vinilo de etileno
- Baquelite
- Resina fenólica
- Oxidegradável
- Bisfenóis
E como saber qual o tipo de plástico dos produtos que adquirimos?
As fábricas adotaram um padrão, que são aqueles números cercados por um triângulo com setas, que vemos nos rótulos dos produtos de plástico. O objetivo dessa sinalização é alertar sobre o descarte e a separação correta do material.
No Brasil, a norma técnica do plástico (NBR 13.230:2008), foi criada de acordo com os critérios internacionais. Os plásticos são separados em seis tipos (PET, PEAD, PVC, PEBD, PP, PS) e ainda há uma sétima opção (outros), esse tipo geralmente é utilizado para produtos de plásticos produzidos a partir de diversas resinas e materiais.
- PET ou PETE (Tereftalato de polietileno)
- PEAD (Polietileno de alta densidade)
- PVC (Policloreto de Vinila ou cloreto de vinila)
- PEBD (Polietileno de baixa densidade)
- PP (Polipropileno)
- PS (Poliestireno)
- Outros plásticos
Infelizmente, a simbologia utilizada nas embalagens, por não ser obrigatória, alguns produtos não a recebem ou recebem de forma equivocada.
Tipos de plásticos mais recicláveis
Como vimos anteriormente, nem todos os plásticos são recicláveis, apenas os plásticos representados de 1 a 6.
A classificação que eles recebem, é muito importante, pois assim é possível identificar o tipo de plástico e fazer a reciclagem e separação de forma correta.
PET ou PETE (Tereftalato de polietileno)
O PET é um dos plásticos recicláveis mais comum, geralmente é utilizado na fabricação de frascos e garrafas para alimentos. É formado a partir de ácido tereftálico e o etileno glicol. Suas principais características são transparência, durabilidade, impermeabilidade e leveza. Como é feito a partir do petróleo, uma fonte não renovável, ao ser misturado com outros materiais, como fibra de algodão, sua capacidade de reciclagem é anulada.
PEAD (Polietileno de alta densidade)
Por ser um tipo de plástico inquebrável, resistente a baixas temperaturas, leve, impermeável e rígido, é bastante utilizado na fabricação de tampas e embalagens, como frascos de amaciantes, shampoos, detergentes, utensílios domésticos, entre outros.
PVC (Policloreto de Vinila ou cloreto de vinila)
O PVC é formado por 57% de cloro e 43% de eteno (derivado do petróleo), suas principais características são rigidez, transparência (quando desejável), impermeabilidade e a impossibilidade de quebrar.
É muito conhecido por ser utilizado na construção civil, nas tubulações de água e esgoto. Apesar de ser reciclável, quando a separação é realizada de forma correta, é o material que apresenta maior dificuldade nos centros de triagem.
PEBD (Polietileno de baixa densidade)
Por ser flexível, transparente, leve e impermeável, o PEBD é bastante utilizado para a fabricação de sacolas de supermercados, embalagem de leite e outros alimentos, sacos de lixos, entre outros. É fabricado a partir do petróleo, mas também é conhecido como plástico verde, quando é obtido a partir de fontes vegetais.
PP (Polipropileno)
Esse plástico é produzido a partir do gás propeno. Suas principais características são transparência, brilho, rigidez, resistência, durabilidade, além de conservar aromas.
É bastante utilizado em filmes para embalagens e alimentos, para produtos industriais e da construção civil, como cordas, tubos, frascos, caixas de bebidas, utilidades domésticas, etc.
PS (Poliestireno)
O PS é um tipo de plástico que possui as seguintes características: flexibilidade, leveza, capacidade de isolamento térmico, e é moldável a ação do calor, deixando-o em forma líquida ou pastosa. É bastante utilizado em potes para alimentos, como sorvetes, doces, iogurtes, frascos, brinquedos, partes de eletrodomésticos, e alguns produtos descartáveis, como copos plásticos e aparelhos de barbear.
O crescimento da indústria em diversos setores, em tão pouco tempo na história, só foi possível graças a essa grande variedade e possibilidade oferecida pelas resinas plásticas.
Ao fazer a separação e descarte dos tipos de plásticos de forma correta, você estará contribuindo com o meio ambiente.
Você já conhecia toda essa história e tipos de plásticos?
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